Ok Bia, calma, pensei
respirando fundo, as pessoas se atrasam.
Olhei para meu celular, 21:50, já estava na cafeteria a mais
de uma hora.
Me levanto e vou até o balcão.
-Um café, por favor. –pedi para a moça que tinha seus
cabelos loiros presos a um rabo de cavalo.
-Irá ficar acordada a noite inteira desse jeito. –ela
alertou vendo que já era o terceiro ou quarto café que tomava.
Dei um sorriso de lado tímido e voltei para a mesa onde
estava sentada.
Ele é somente um cara que você conheceu em um café, ele não
tinha obrigação nenhuma de vir aqui hoje.
Mas sou tola em ter acreditado com todas as minhas forças
que ele realmente viria hoje e que depois combinaríamos algo em algum outro dia
para nos conhecermos melhor.
Tola.
Ele é só mais um cara, sem obrigações.
Talvez você só seja mais uma na lista “Magoadas” dele, ou na
lista “Não quis ir”.
Talvez isso tenha sido
para seu próprio bem, pense por este lado.
Tentei me consolar.
Ou ele achou que você é só mais uma garota desolada a
procura de um príncipe encantado, fazendo com
que ele nem quisesse provar o
sabor de meus lábios.
Lágrimas percorreram meu rosto, as limpei rapidamente.
Mas, pensei comigo
mesma, ele é só mais um cara.
***
-Pensei que voltaria mais tarde. –a voz de Miranda invadiu o
quarto. – Ainda são só dez horas.
Ela pulou em minha cama e se deitou ao meu lado.
-Foi legal?- perguntou ela.
-Houve problemas técnicos, vamos dizer assim. –respondi
lembrando daquela uma hora e meia que esperei
por ele sentada naquela cadeira
encarando minhas xícaras de café.
-O que houve?-olhei para ela por um instante e depois
comecei a encarar o teto. –Já sei, ele era feio. Então me diz, com que animal
ele se parecia? –soltei uma risada abafada –Um castor, um porco ou um...
-Não. Quer dizer, -suspirei – eu não sei.
-Como assim “eu não sei”? –encarei ela, já podia sentir meus
olhos se encherem de lágrimas. –Oh, ele não foi.
Passei as costas das mãos nos olhos, não podia me dar ao
luxo de chorar, afinal, nem era um encontro de verdade.
-Sinto muito. –Miranda disse me abraçando.
-Não tem problema. Não era um encontro de verdade.-eu disse
ouvindo minha própria voz saindo tremida.
– Ele só era um garoto que eu conheci
em um café ontem.
De um modo me ouvir falar aquelas palavras em voz alta me
trazia um certo conforto.
-Ele era só mais um garoto. –falei mais para mim mesma do
que para Miranda.
Mas falar aquilo, também significava que estava tentando
convencer a mim mesma a encarar a dura e triste realidade.
-Talvez não tivesse que ser. –falou Miranda, sentia o tom de
pena em sua voz.
-É, talvez. –falei tentando me conformar.
Talvez, pensei
novamente.
Por: Writer 1
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