domingo, 8 de dezembro de 2013

A Little Accident: Cap. 2

                 
Acordei no dia seguinte com barulhos de pessoas conversando dentro do quarto. Com certa dificuldade abri meus olhos cansados, devido a falta de sono da noite passada pensando no pior, vi meus pais conversando com um médico que já havia visto antes no dia anterior. Ao me verem acordando deram um sorriso e me cumprimentando. - Bom dia, Fê. Dormiu bem?- perguntou minha mãe, se aproximando de mim para mexer em meu cabelo. - Ah, sim- menti- quando eu vou poder sair daqui? - Bem- entrou o tal médico na conversa- se ocorrer tudo bem, hoje mesmo você pode ir para a casa- concluiu o ele mexendo em seu bigode. Eles continuaram conversando um pouco, enquanto olhava para as diversas mensagens no meu celular, novamente desejando melhoras. Olhei para eles conversando, meu pai, um pouco mais alto que minha mãe, estava envolvendo-a com um braço em suas costas. Já o médico, era meio acima do peso e aparentava ter mais ou menos 50 anos, estava de frente para os dois. Mais tarde minha mãe me ajudou a levantar da cama para ir ao quarto ao lado, ver Guilherme, como tanto queria. Ele estava com diversos cortes na pele, devido ao acidente, estava deitado na cama como alguém dormindo calmamente. Não sei a sensação de estar em coma, nunca prestei muita atenção quando diziam sobre isso na escola, jamais imaginei que alguém tão próximo estava em péssimas condições e não podia fazer nada. Pedi licença para minha mãe, me deixando sozinha com ele. Fiquei em silêncio por um tempo, apenas olhando para seu rosto. -Oi, é... Não sei se você me escuta, posso estar sendo uma idiota, mas obrigada. Obrigada por tentar evitar o acidente- disse acariciando seus cabelos castanhos, deixando lágrimas escorrerem sob meu rosto. Fiquei 20 minutos naquele quarto, até que meu pai foi me tirar de lá para irmos para casa. Não queria deixa-lo sozinho naquele hospital, mesmo sabendo que seus pais estavam lá desde o dia do acidente. No caminho para a saída encontrei os pais de Guilherme, que ao me verem deram um pequeno sorriso e se aproximaram. -Oi, Fê, ainda bem que você está bem- disse Sandra, a mãe dele, me abraçando. - Pois é... Eu sinto muito, foi tudo minha culpa, eu... - comecei a dizer quase chorando -Calma, calma. - disse Sandra me apertando ainda mais - não foi sua culpa, o culpado foi o cara na contra mão, calma - terminou a frase olhando para mim, enxugando minhas lágrimas. -Bem, vamos Fê, sua mãe já deve estar nos esperando no carro- disse meu pai - Amanhã eu venho visita-lo- eu disse em direção aos pais, que apenas concordaram com a cabeça. Em casa me deparei com meu irmão sentado no sofá com Júlia, sua namorada, estavam assistindo algum filme, mas quando me viram se levantaram rapidamente para me abraçar. Júlia, em seus 17 anos, dois anos mais velha do que eu, me tratava como uma irmã, mas sem semelhanças físicas. Ela era loira de olhos azuis, eu tinha cabelos castanhos e olhos de mesma cor. Semelhanças eram apenas os 1,65 metros de altura. -Então, como você está?- perguntou Júlia para mim quando meus pais e meu irmão estavam preparando o jantar. - Como você acha? Talvez o Guilherme nunca mais acorde, tudo porque eu queria comprar um suco no mercado. É tudo minha culpa, Júlia, se eu tivesse tomado, sei lá, água ao invés de querer suco, nada disso teria acontecido. - Não foi sua culpa o cara vir na contra mão, Fernanda. –ela tentou me acalmar. -Não por isso, o fato de estarmos naquele carro às três da manhã! -Venham, o jantar está pronto- disse minha mãe me interrompendo. Fomos jantar, deixei Júlia sem saber todo meu drama. Acho que ainda não estava preparada para contar.

Por: Writer 3

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