Ao acordar a
primeira pessoa a me deparar foi Victor, sentado em uma cadeira ao lado da cama
em que estava. Lembrei do que aconteceu na noite passada enquanto olhava para
meu amigo, que estava com os olhos pesados, parecia não ter dormido faz horas e
sua barba rala acompanhava o cansaço. Seus olhos claros ao me verem foi em
minha direção me dando um abraço e tentando dizer algo em meio de lágrimas:
-Meu Deus
Fernanda! A próxima vez que você e seu namorado quase morrerem eu juro que te
mato.
-Calma, calma, eu
estou bem. Onde está o Guilherme?- perguntei tentando sair do abraço de Victor,
que me apertava e acariciava meus cabelos castanhos, que pareciam estar um
horror.
-Olha, por
que você não descansa mais um pouco? Vou chamar seus pais, eles estão lá em
baixo comendo alguma coisa. Chamarei a enfermeira também- disse enquanto saia
do quarto me deixando sem a resposta.
Fiquei observando o
lugar em que estava, era um quarto todo branco, um tanto obvio dizer que estava
no hospital. Ao meu lado havia uma mesinha com dois vasos de flores e alguns
cartões, todos diziam que desejavam minha melhora, e para ser forte. Não
entendi a última parte, mas deixei passar. Peguei meu celular, terça feira,
22:16, 17 de novembro.
Sai dos meus
pensamentos quando minha mãe entrou correndo no quarto e me deu diversos beijos
na cabeça, parecia cansada e seus olhos inchados mostravam lágrimas, que agora
pareciam ser de felicidade.
Em seguida veio meu pai e meu irmão, ficamos
abraçados por um tempo, até lágrimas de meu irmão caírem sobre meu ombro.
- Lucas, você
está chorando?- perguntei rindo um pouco.
-Que? São lágrimas
de ódio pelo Guilherme, quem ele pensa que é batendo o carro com você dentro. -
respondeu enxugando o rosto.
-Por falar nele,
onde ele está?- perguntei olhando para todos ao mesmo tempo.
- Olha Fê, ele está
no quarto ao lado –dizia Victor- mas ele ainda está desacordado.
- Era tão difícil
dizer isso, Vi?- perguntei um pouco irritada por não ter me contado antes.
- Essa não é a
questão, Fê- disse olhando para o chão – o Guilherme... Bem, ele está em coma.
Ontem, no carro, ele conseguiu desviar parte do carro, o lado em que você
estava, mas bateu o lado dele com tudo no outro veículo que vinha na contra
mão.
- O quê? Mas...
Não, não pode- disse não acreditado no que havia acabado de ouvir, tentava me
levantar, mas os braços de meu irmão e meu pai me impediram de sair daquela
cama.
- Calma, ele vai
acordar, sorte que foi só isso. Ele podia estar morto agora- disse Lucas.
-Ah, estou muito
melhor agora, obrigada- disse olhando irritada para meu irmão.
-Desculpa... Olha,
suas amigas chegaram, a gente vai chamar a enfermeira- disse Lucas puxando meu
pais.
-Fernanda!- gritou
Joanna passando pela minha família, seguidos dela estavam Isabella e Rodrigo.
-Oi, vocês não
precisavam vir até aqui a essa hora- disse.
- Diga isso para a
Jô, ela não dormiu o dia todo, ficou chorando- disse Rodrigo, seu namorado, que
estava levando tapas de Joanna.
Ficamos conversando
até a enfermeira expulsar todos para me deixar descansar, nos despedimos tentei
dormir um pouco, mas meus pensamentos estavam todos voltados para como
Guilherme estava atrás daquela parede.
Feito por: Writer 3
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