terça-feira, 10 de dezembro de 2013

The Graduation Trip: Cap. 3


Quando chegamos no shopping cada um foi para um lado diferente, Patrícia foi comprar roupas, Lara objetos de desenho, Miranda camisetas básicas para poder pinta-las, Jennifer um tênis novo e eu fui tomar um café.

Peguei meu café e olhei ao redor para ver se havia alguma mesa vaga. Todas ocupadas por casais ou amigos, só havia uma que apenas tinha um garoto sentado nela, ele estava de capuz e óculos escuros.

Fui tentar a sorte para ver se poderia me sentar na mesma mesa que ele.

-Olá, desculpa te incomodar, -ele olhou para mim, estava sério – mas é que todas as mesas estão ocupadas, então queria saber se eu posso...

-Ah, claro, por-favor se sente. Já estava de saída mesmo. –ele disse parecendo nervoso e aliviado ao mesmo tempo, e começava a se levantar.

-Não, fique, por favor. Vejo que ainda estava tomando seu café. –disse me sentando.

Ele deu um meio sorriso e se sentou novamente.

Um silêncio se predominou entre nós. Fiquei olhando ao redor, o lugar era pouco iluminado e tinha uma temperatura agradável, o deixando confortável e aconchegante.

-Você não é daqui, ou é? –uma voz rouca me tirou do meu devaneio.

-Não. –respondi olhando para ele. –Você é?

-Não nasci aqui em Londres, mas sou da Inglaterra. –disse ele se ajeitando na cadeira. –Você é de onde?

-Brasil. Estou aqui com minhas amigas. –fiz uma pausa. –Viagem de formatura. –dei um sorriso envergonhado.

O silêncio nos envolveu novamente.

-Desculpa, mas qual é o seu nome? –perguntei com curiosidade, e por um momento ele hesitou em responder. –Não tem problemas se não quiser responder.

-Nathan. –ele disse depois de um tempo – Meu nome é Nathan.

Olhei para ele, parecia estar nervoso, enxugou as palmas das mãos nas calças e depois começou a balançar os pés em baixo da mesa.

-Está mentindo. –afirmei.

-Qual o seu nome? –perguntou ele.

Pensei em um nome qualquer, iria entrar no joguinho dele.

-Luana. –falei com um sorriso nos lábios.

Dei um gole em meu café.

-Está mentindo. –ele disse em tom de certeza.

-Estou fazendo a mesma coisa que você. –retruquei.

-Meu caso é diferente. –ele disse baixo.

Mais um gole de café.

-Nós nunca mais vamos nos encontrar de novo, -disse – então não vejo problemas em mentir nossos nomes, fingir que somos outras pessoas somente agora.

Ele me olhou curioso.

-Vamos dar uma volta? –sugeriu ele.

Hesitei por alguns momentos.

-Está bem. –respondi por fim.

Dei um último gole no café e fomos.

Ficamos andando sem rumo, em silêncio, somente caminhado por aí.

-Tem irmã Nathan? –perguntei quebrando o silêncio.

-Devo mentir novamente? –ele me questionou, dei um riso abafado.

-Você é quem sabe.

-Acho que omitir o meu nome já basta. –ele disse dando um sorriso. –Tenho uma irmã, e você?

-Filha única.

-O orgulho dos pais? –perguntou ele.

-Acho que não, tenho primos muito mais inteligentes que eu. –respondi de cabeça baixa.

Andamos mais um pouco.

-Ei Nathan. –chamei, ele parou e me olhou, ele era bem mais alto que eu. – Por que está usando óculos escuros aqui dentro?

-Olhos sensíveis à luz. –respondeu ele e depois deu um sorriso encabulado.

-Me conte mais sobre olhos sensíveis Nathan. –disse tirando os óculos de seu rosto e colocando-os em mim.

-Há, há, que engraçada. Me devolve! –disse ele.

Comecei a andar, o deixando para trás.

-Por que? Seus olhos vão começar a queimar por causa da luz? –zombei dele. –Sabe, acho que os óculos até que ficaram bem em mim.

Parei por causa de um homem que passou em minha frente correndo.

Senti algo colidindo atrás de meu corpo. Olhei para ver o que era. Era ele, dei um passo atrapalhado para trás e quando estava preste a cair ele segurou minhas duas mãos e me puxou para junto de si, colidi contra seu peito.

-Você está bem? –ele me perguntou, apenas fiz que “sim” com a cabeça. –Ótimo. – ele suspirou de alivio e me deu uma espécie de abraço, só que um pouco mais atrapalhado, dei um riso abafado, ele percebeu e deu um sorriso.

-Acho que está na hora de eu ir. –falei em meio aos seus braços.

-Ah, claro. –disse ele me soltando, parecendo que até aquele momento não havia percebido que estava “abraçado” a mim, mas mesmo depois que ele me soltou ele deixou um espaço mínimo entre nós.

Tirei os óculos e fiquei segurando-os.

Olhei para ele e pela primeira vez pude perceber que ele tinha olhos verdes e um rosto angelical, sua boca ela fina, mas tudo isso se complementava, e o deixava muito bonito na verdade.

-Quem sabe – começou ele olhando para meus olhos – nós poderíamos nos encontra novamente?

-Acho que o combinado não foi esse. –falei, vi seu sorriso se desmanchar. – Mas quem liga para ele, não é mesmo?

Outro sorriso, um mais bonito e maior, brotou em seus lábios.

-Ótimo, que tal amanhã a gente se encontrar aqui para ver um filme? –ele sugeriu.

-Que horas? –perguntei.

-Oito e meia, pode ser? –ele disse.

-Claro, nos encontramos na cafeteria? –ele deu um aceno com a cabeça indicando que sim – OK, mas agora eu realmente preciso ir, ainda tenho que encontrar minhas amigas.

-Tchau. –ele se despediu me dando um beijo em minha bochecha, pude jurar que havia ficado vermelha.

-Até. –falei colocando os óculos nele novamente. –Mas amanhã sem mentiras.

Ele deu um sorriso e eu fui tentar encontrar as garotas, deixando ele lá.


Por: Writer 1

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